Quanto custa a desmotivação?
Dizem que a motivação não pode ser
mensurada, mas e desmotivação? Imagine o valor disso na sua empresa! Reflita e
perceba o que realmente te motiva a seguir
Existe uma
sensação individual, que se transforma num estado coletivo que vem envolvendo
várias pessoas no mundo dos negócios, não percebemos e não tratamos esse
assunto como deveria, mas tenho certeza que o não cuidar é um tipo de
negligência e acaba por impor um alto custo para todos os envolvidos.
Trazendo o
assunto mais especificamente para dentro das empresas, essa sensação ou estado
que pouco se fala a respeito, até por pura ignorância e desconhecimento, tem
nome e se chama desmotivação. Antes que tirem alguma conclusão e comecem a
pensar que o assunto vai se referir de alguma forma ao clássico chamado
remuneração, não é. O retorno financeiro tem até importância sim, mas ele é
relativo.
Esse é um
aspecto que venho compreendendo cada vez mais, mesmo na condição de educador,
de palestrante, de conselheiro, de colaborador, de parceiro de trabalho e de
empresário isso sempre me chamou a atenção e se conecta de forma direta nas
diversas facetas e posições que possamos estar desempenhando.
Passei então
a compreender que o assunto desmotivação é um assunto universal e merece
investigação. Afirmo que muitas vezes eu mesmo me vi nesses momentos de
desmotivação no trabalho, afinal quem nunca se sentiu desmotivado diante de
alguma situação? Por viver essa indignação da desmotivação, passei a me
debruçar sobre esse assunto e acabei por perceber que a maior fonte de
desmotivação do humano no trabalho é a ausência de reconhecimento.
Conversando
com pessoas diferentes, percebi que o sujeito não é objeto de gratidão pelo que
faz. Embora muitos podem torcer o bico e até usar o assunto da carência e
desejo para contrapor, tem algo que é universal e tira esse argumento da
frente, nós humanos, somos seres gregários e temos por definição biológica e
psíquica o reconhecimento do outro pelo que fazemos e desenvolvemos afim de
evoluirmos como seres de convivência e por isso o assunto passa pela questão do
reconhecimento.
O filósofo
Charles Taylor aborda bem essa questão no seu campo de investigação, sua frase deixa
sutilmente o alerta que “Quando nasce uma nova era, aparecem novos problemas e
nem sempre temos as palavras adequadas para expressar uma opinião". Repare
que em muitas conversas entre líderes e liderados, clientes e compradores,
negócios e mercados tem como fator de destaque a comunicação, os problemas são
enormes e diversos. O que precede uma boa comunicação é o reconhecimento do
outro, pois numa conversa as queixas são do tipo, mas eu te disse... e a
réplica é, eu entendi diferente...pasmem, não adianta falar de comunicação sem
tratar a o reconhecimento do outro, por isso da afirmação do filósofo.
Se não
reconhecemos o outro, não nos comunicamos bem e como consequência o processo de
sinergia fica abalado, daí que a comunicação se torna uma simples informação de
mão única, daquela que muitos líderes, chefes, profissionais acabam por fazer e
por condenar as relações ao manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Embora
sabemos de forma consciente e madura, que muitas vezes somos "só mais
um", ser mais um acaba por se tornar um fardo grande e muito pesado para
quem o carrega. Não estou escrevendo para dar luz aos coitadinhos, de forma
alguma, isso é outro assunto, estamos falando que ser mais um, também não
significa ser nada e sim ter a certeza de ser alguém sem muita importância e
relevância, e nem tão pouco alguém que possa ser substituído como se fosse um
objeto descartável.
Estou
afirmando que, se aquilo que se faz não é importante, nunca terá a devida
atenção e possibilidade de evolução. e, como somos o que fazemos, acabamos por
associar algo básico, que não somos contributivos naquela situação gerando
então a tal frustração que contribui com a desmotivação.
Por mais
complicado que muitos acreditem, é do ser humano a vontade de contribuir para
valer com o outro pela sua bondade. Daí o ponto que todos precisamos evoluir,
se não evoluirmos de que adianta estar fazendo e se propondo desenvolver tal
atividade?
Esse não
reconhecimento como fonte central de desmotivação acontece de diversas formas,
uma delas é quando não conversamos e damos importância a atitude, dedicação à
realização construída pela pessoa na sua atividade, pois se ela está ali, algum
motivo forte teve, podendo ser a necessidade ou a vontade de fazer, mas ela
está exercendo o ofício por alguma razão. Essa razão vai minguando quando o não
reconhecimento é corriqueiro.
Um outro
motivo de desconexão e desmotivação é quando a pessoa pela ausência de
reconhecimento continua, pois passa a não considerar aquela sua atividade mais
importante, com isso ela perde o significado de dar o sangue naquilo que faz e
consequentemente pela empresa.
Existe
algumas organizações mais atenta a essa questão do capital humano e costumam
fazer algum tipo de reconhecimento, mas com o passar do tempo as ações hipócritas
surgem pelas posturas e comportamentos desalinhados que são flagrados nos
momentos mais singelos. Quando isso acontece repetidamente pela falta de
autenticidade e coerência a empresa e seus líderes fazem, indiretamente, com
que as pessoas percam, sem perceber, a sua energia por não se considerarem
reconhecidas.
Note o
quanto no começo de qualquer trabalho a vontade e motivação é forte e depois de
algum tempo ela se esvai, a causa, a ausência de reconhecimento.
Não se
iluda, é muito difícil permanecer numa empresa na qual não se acredita mais nas
pessoas que trabalham a sua volta, podemos até acreditar na causa e ser grata a
ela, mas na prática a vontade para o trabalho começa a desaparecer.
Outra forma
é quando eu julgo que valho muito mais do que acham que estou valendo, isso é
sinal de ausência de reconhecimento e até de um início de exploração dos dois
lados. Uma coisa é colocar o meu trabalho a serviço de alguém e ser reconhecido
e a outra é vender tempo para a empresa ou deixar ela comprar o tempo à medida
que você não coloca para valer o seu serviço.
Percebi
também nessa investigação que que a desmotivação vem a tona quando perdemos a
tendência de agir por empenho e desempenho, deixando com que a dúvida tome
conta dos nossos pensamentos, principalmente quando pensamos, vale a pena fazer
isto? Qual pena estamos pensando? Será a da condenação? Se for, a percepção da
situação é que deixou de ser um trabalho, tornou-se um castigo, aquela coisa
danosa, martirizante que vai se agravando cada vez mais quando não se alinha e
não pratica o reconhecimento pelo que está sendo realizado, pois repito,
ninguém levanta da cama dizendo que vai se prejudicar ou prejudicar alguém.
No final das
contas confundimos elogios com reconhecimentos, elogios tem até um fundo de
segundas intenções, reconhecimento não. Por isso elogios em excesso ou em falta
provocam um estado de fragilidade e de sensibilidade que desequilibra tudo,
acabando por desestimular e enganar os envolvidos por pura distorção, pois
nenhum de nós é perfeito, o que significa estar feito por completo.
Uma boa
conclusão é, inclusive a desmotivação que todos vivemos é um processo de não
reconhecimento de nós mesmos e para lidar com isso podemos nos perguntar quanto
a prática do reconhecimento tem estado presente com cada um de nós, será que
estamos sabendo nos reconhecer de forma completa?
Fonte - site administradores
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